Mastite má

Foi assim: Matheus brigou com meu peito esquerdo no domingo à noite. Até pensei que ele estava doente, pois chorava sentido, mas não mamava de maneira alguma. Depois de fazer tudo o possível para ele parar de chorar, experimentar oferecer o peito direito. E ele mamou, como se tivesse achado um oásis no deserto. Dormiu satisfeito, com a barriguinha cheia.
Eis então que o peito rejeitado começou a doer. Minha visão catastrófica do futuro já me deixou preocuada. Será cancer? E agora? Ai meu Deus!
Doeu, doeu doído. Quando o Marcelo chegou, comentei com ele sobre a dor. Ele me tranquilizou, dizendo que deveria ser apenas o peito muito cheio. Fui dormir, para ver se assim a dor passava. Acordei de madrugada, com uma dor insuportável, não só no peito mas no corpo todo. E então comecei a ter calafrios. Peguei dois edredons e um cobertor bem quentinho. Fechei a janela do quarto. E ainda assim tremia.
38 graus de febre. Tinha certeza, era mastite.
Liguei cedo para a Dra. Neice, que me mandou tomar remédio para baixar a febre e antiinflamatório. E esgotar o leite da mama, para diminuir a dor. A Dra. Neice é a pediatra do Matheus. Além disso, ela é a médica responsável pelo banco de leite daqui. Ou seja, manja tudo de amamentação e seus problemas.
De manhã, Matheus continuou de mal com o peito esquerdo. E o peito ainda doendo...
Na hora do almoço encontrei meu cunhado engenheiro, mas que entende mesmo de fazenda, e disse que as vacas também tem mastite.
E que o Matheus não ia querer mamar no peito, pois o gosto do leite estava diferente. Eu tinha que tirar todo o leite para ele pegar de novo.
Foi o que fiz. Mesmo assim, nada de Matheus querer o peito. Invertia a posição, e assim, enganadinho, ele mamou o peito doente.
Conclusão: nenês são como bezerros, e as mães...
Ah, sim, o peito já melhorou.